ATA DA CENTÉSIMA TRIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 06.11.1987.

 


Aos seis dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Trigésima Sexta Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às nove horas e quarenta a cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Mano José, Nilton Comin, Pedro Ruas, Raul Casa, Teresinha Irigaray e Werner Becker. Constatada a existência de "quorum", o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Pedro Ruas que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, a Srª. Secretária procedeu à leitura da Ata da Centésima Trigésima Quarta Sessão Ordinária. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios n°s 123/87, do Sr. Guilherme Oliveira de Souza Castro; 178/87, do Sr. Presidente da Associação de Empresários do Bairro Humaitá; 268/87, do Presidente da Câmara Municipal de Gravataí, RS; 3510/87, da Câmara Municipal de São João da Boa Vista, SP; Ofícios Circulares n°s 01/87, do Ver. Elton Krause; 118/87, do Sr. Presidente da ARTAFAM; 493/87, do Dep. Fed. Constituinte João de Deus Antunes; Telex do Sen. Jarbas Passarinho; do Sr. Vice-Presidente da Associação Brasileira de Distribuidores da Volkswagen. A seguir, o Ver. Ennio Terra comunicou o falecimento do ex-Deputado João Satte, pai do Ver. Paulo Satte. Após, foi aprovado Requerimento oral, do Ver. Jorge Goularte, solicitando a suspensão dos trabalhos em face do falecimento do ex-Deputado João Satte, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Hermes Dutra, Jorge Goularte, Clóvis Brum, Cleom Guatimozim e Lauro Hagemann. Ainda, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Adão Eliseu, Isaac Ainhorn, Werner Becker e Jorge Goularte, acerca do Requerimento do Ver. Jorge Goularte, acima referido; do Ver. Werner Becker, acerca de Sessão Extraordinária a ser realizada na Casa, na próxima segunda-feira; do Ver. Caio Lustosa, solicitando informações acerca das providências da Mesa no sentido de trazer à Casa os Secretários Municipais do Planejamento e da Fazenda, a fim de prestarem esclarecimentos acerca da proposta orçamentária encaminhada pelo Executivo Municipal a este Legislativo; do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca da realização ou não dos eventos marcados para hoje à tarde nesta Câmara. Ainda constou do Expediente o Ofício n° 709/87, do Sr. Vice-Presidente da Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos. Às dez horas e quarenta e três minutos, em face do Requerimento do Ver. Jorge Goularte, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos, convocando os Líderes de Bancada para uma reunião na Sala da Presidência a fim de que seja decidido o horário da Sessão Extraordinária a ser realizada na próxima segunda-feira e convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Teresinha Irigaray e Jorge Goularte, o último nos termos do art. 11, § 3° do Regimento Interno, e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Jaques Machado, Jorge Goularte e Raul Casa, os dois últimos como Secretários "ad hoc". Do que eu, Gladis Mantelli, lª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 


O SR. ENNIO TERRA (Questão de Ordem): Acho que é uma comunicação, Sra. Presidente. Quero comunicar ao Plenário que faleceu o ex-Deputado Paulo Satte, pai do nosso colega, Ver. Paulo Satte.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Requeiro a suspensão dos trabalhos em homenagem ao Ex-Vereador e Deputado João Satte.

 

A SRA. PRESIDENTE (Terezinha Irigaray): Estamos sem numero para votação, mas como é um caso excepcional, a Mesa defere o pedido de V. Exa. e suspende...

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Até em respeito ao Ver. João Satte, que foi um dos Vereadores mais trabalhadores desta Casa – e eu posso dizer isto porque convivi com ele desde criança, estudei junto com os filhos dele – eu não se uma das melhores maneiras de homenageá-lo seja suspender a Sessão; inclusive, quero votar contra a suspensão, e peço que se faça a votação.

 

A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe o pedido de V. Exa., que está enquadrado no Regimento Interno da Casa, e pede que o Sr. Secretário, Ver. Jacques Machado faça a chamada dos Srs. Vereadores.

 

O SR. ADÃO ELISEU (Questão de Ordem): Acho que antes de se encerrar a Sessão, cada Bancada deveria fazer sua manifestação.

 

A SRA. PRESIDENTE: Nós não tínhamos encerrado a Sessão. O Ver. Hermes Dutra está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sra. Presidente e Srs. Vereadores. Tenho sido um contumaz não-aceitador da suspensão da Sessão por falecimento de determinadas pessoas, mas não posso, sob hipótese alguma, deixar de concordar com o Requerimento feito em memória do Dr. João Satte, que foi um Vereador desta Cidade. Nesses casos, acho que, efetivamente, cabe a suspensão da Sessão, e somente nesses casos. Nós, infelizmente, já tivemos a suspensão da Sessão pela morte da sobrinha do Sr. Prefeito. Manifestei-me contra, porque, realmente, não cabe. Apelaria ao Ver. Antonio Hohlfeldt para que repensasse o seu posicionamento, porque sei da idéia de S. Exa., mas acho que a Casa, efetivamente, neste aspecto, em se tratando de um ex-Vereador, que foi Vereador durante muitos anos nesta Casa, que é pai de um Vereador em exercício nesta Casa, cabe a suspensão dos trabalhos, embora reconheça que isto venha em prejuízo das atividades da Casa, porque estamos bastante atarefados, mas não há como deixar-se de prestar esta homenagem – de minha parte, sairei daqui e irei ao velório do ilustre ex-Vereador; acho que os que não quiserem ir têm todo o direito-, mas, efetivamente, o Dr. João Satte, pelo que foi, pelo que representa, e por ser uma praxe desta Casa a suspensão da Sessão quando ocorrem esses infaustos acontecimentos, não há outra forma que não a suspensão da Sessão, e que não seja comparada à suspensão desta Sessão com outras que são solicitadas, porque, realmente, repito, trata-se de uma pessoa que foi Vereador durante muitos anos, de um líder Comunitário que se vai. No bairro Sarandi se ouve falar nele com um respeito imenso, uma pessoa querida na comunidade, uma pessoa que deixou amigos, deixou pessoas que vão prantea-lo, que vão sentir saudade e, efetivamente, estou bastante contristado-não tive o privilegio de conviver com o ilustre Vereador, mas acompanhei durante muitos anos, pela imprensa, a briga que havia no bairro Sarandi, entre o Dr. João Satte, pelo lado do MDB, à época, e da família Land, pelo lado da ARENA, sempre num respeito muito grande entre um e outro, cada qual defendendo seus pontos de visto, procurando transformar a Zona Norte, que era praticamente o porquê da vida do ex-Vereador, transformá-la num bairro aprazível, num bairro com condições de mais dignidade para os que lá residissem, enfim, acho que, efetivamente, a Cidade deve à memória do ex-Vereador não só esta homenagem, como, sobretudo, outras homenagens que vamos fazer. E de imediato, Sra. Presidente, eu até encareceria à Mesa que providenciasse os contatos com a família, porque acho que se trata de caso típico de ser velado no Salão Nobre da Câmara de Vereadores, porque foi um Vereador que durante muitos e muitos anos exerceu o mandato nesta Casa. Acho que a Mesa tem que, imediatamente, começar os contatos. Acho que deva ser velado, não na Prefeitura, mas, sim, na Câmara de Vereadores. Antecipadamente, quero expressar a minha opinião em relação a isso. Acho que pelas vinculações que teve o Dr. João Satte, o seu velório deve ser feito no Salão desta Casa e não na Prefeitura Municipal, para não repetirmos o erro que cometemos, lamentavelmente, com o ilustre ex-Vereador Valneri Antunes, que foi velado na Prefeitura Municipal, a meu juízo, de forma errada. Respeitando a posição que a família tomar, mas acho que a Mesa deve, imediatamente, contatar com a família e manifestar o desejo da Casa de que S. Exa. seja velado neste Salão, porque um Vereador, nunca foi Prefeito e como tal merece de nossa parte que se vele o seu corpo aqui, onde teve boa parte de sua vida em dedicação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Próximo inscrito é o Ver. Jorge Goularte.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver. Antonio Hohlfeldt, que é um Vereador que eu respeito pelo trabalho que faz nesta Casa, a meu ver, foi extremamente infeliz nesta manhã, porque mesmo que não haja “quorum”, os amigos de João Satte se retirariam para que a Sessão fosse encerrada. Então, foi um ato de descortesia com um homem que, na sua vida, deu muito por esta Cidade, deu muito por este Estado como Deputado Estadual e, ao meu ver, a simples solicitação de “quorum” qualificado para a votação deste Requerimento, se não é injusta, é ingrata, para com um ex-colega desta Casa. Poderia ser um de nós; poderia ser o Ver. Antonio Hohlfeldt; poderia ser este Vereador. E se for o Ver. Antonio Hohlfeldt, antes deste Vereador, pode ter certeza de que vamos suspender a Sessão, mesmo que tenha 3 Vereadores em Plenário. Porque é de extrema necessidade que se coloquem prioridades da Sessão em relação ao que se está votando. Ora, a morte de um cidadão, um homem de partido, um homem do qual divergi durante muitos anos, mas do qual sempre fui amigo intimo durante esses mesmos anos, não pode ser colocada em duvida a suspensão de uma Sessão por tais motivos. Porque, repito, não há “quorum”, então, seus amigos se retiram para que a Sessão seja encerrada no todo. Então, na prática, o requerimento do Vereador é desrespeitoso e inepto, porque não vai atingir os objetivos, quais sejam, a realização da Sessão. Nós sabemos que temos muitos problemas de votação e que temos que votar, mas eu me proponho a vir aqui, amanhã de manhã, para uma nova Sessão, a fim de votar ou hoje á tarde, após o enterro do ex-Vereador e ex-Deputado João Satte. Por isso, Sra. Presidente e Srs. Vereadores encaminho pela suspensão da Sessão, lamentando o gesto infeliz do Vereador, trabalhador, Vereador que respeito pelo seu trabalho, mas que, hoje, foi extremamente infeliz. Encaminho favoravelmente à suspensão da Sessão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PFL, Ver. Raul Casa.

 

O SR. RAUL CASA: Sra. Presidente, em primeiro lugar eu queria que V. Exa. me perdoasse porque, realmente, a notícia nos toca profundamente e nos leva até a algumas delicadezas.

Quero dizer, como velho amigo de João Satte, pessoalmente, estou muito emocionado com o passamento deste ilustre homem público. O Partido da Frente Liberal, que tem em suas fileiras Vereadores que se criaram e moraram no Bairro Sarandi, como a ilustre Verª. Bernadete Vidal, que mantinha com o Ver. João Satte um relacionamento adverso, mas, extremamente amistoso e profícuo em termos de bem público para Porto Alegre, sente-se no indeclinável dever de solidário e entristecido, se solidarizar às manifestações que pedem a suspensão desta Sessão, porque é uma pálida homenagem tudo que este homem público fez pela sociedade porto-alegrense, por sua população e, especialmente, pelo Bairro Sarandi. Nós, do Partido da Frente Liberal, entristecidos e solidários com a família, queremos transmitir as nossas condolências ao Partido Democrático Trabalhista pela perda difícil, pela perda de um trabalhista histórico que deu tudo de si pela causa da sua grei partidária. Nós temos em João Satte um exemplo de homem público, um exemplo de dignidade e um exemplo de quem serve a uma causa e a um Partido. Por isso, nós nos somamos a este Requerimento e vamos sair daqui para, também, a Bancada do Partido da Frente Liberal prestar a sua homenagem a este homem que tanto significou para Porto Alegre e que tanta falta fará ao PDT e ao mundo político da nossa capital e do nosso estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Questão de ordem com o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, indago a V. Exa. se o Requerimento do nobre Ver. Jorge Goularte foi de suspensão da Sessão ou dos trabalhos da Casa.

Eu entendo, inclusive, que pela figura que representa para todos nós o ex-Vereador, o ex-Deputado João Satte, que se deveria examinar, em votação, a suspensão dos trabalhos da Casa, como homenagem desta Casa ao ilustre ex-Vereador e ex-Deputado João Satte e pai do nosso colega João Paulo Satte.

 

O SR. PRESIDENE: Com a palavra, para encaminhar, o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, efetivamente, a cidade de Porto Alegre está de luto, porque desaparece do seu convívio um dos seus filhos mais ilustres, Vereador de longa data, Deputado Estadual e líder comunitário desta Cidade, João Satte.

Presidente do MDB, Presidente do PDT, companheiro de longa luta. Em 1972, quando chegava a esta Cidade, aqui fui recebido de braços abertos pelo então Ver. João Satte que dirigia o Diretório Metropolitano do MDB. E a partir daí comecei a conhecer esta pessoa simples, honesta e trabalhadora. E, neste encaminhamento, desejo trazer a palavra do PMDB, através de seu Líder, Ver. Flavio Coulon, de seu Vice-Líder, Ver. Nilton Comin, Ver. Marcinho Medeiros, Ver. Caio Lustosa, Ver. Luiz Braz, da Verª Gladis Mantelli e deste Vereador, com sua homenagem a este homem público que foi um exemplo, que foi uma bandeira e continuará sendo para esta Casa e para a Assembléia Legislativa um exemplo e uma prova de trabalho. À família Satte, ao nosso companheiro, Ver. Paulo Satte, filho do ex-Deputado João Satte desejamos tributar-lhe a nossa homenagem e os nossos pêsames. A Cidade não perde apenas um homem ilustre, a Cidade perde e, notadamente, a Zona Norte da Capital, um dos homens que lutou ao longo da sua vida em favor daquela comunidade.

João Satte representará, para todos nós, um exemplo de trabalho, de dedicação, um homem que fez em grande parte o desenvolvimento da Região Norte da Cidade, notadamente, o Bairro Sarandi. No momento em que a Casa fecha a sua porta para participar das homenagens póstumas a este homem público, nós entendemos que a homenagem ainda é pequena para uma grande vida dedicada. Haveremos de ter outras oportunidades em que a Casa deva refletir mais sobre este ensigne homem publico, este homem de formação de modesta, mas de espírito elevado e grandioso que foi a grande figura do Deputado João Satte, amigo, conselheiro deste Vereador, já no PMDB, tinha no Deputado Satte um conselheiro amigo que, isento das divisões partidárias, exprimia com exatidão o seu aconselhamento e as suas palavras de experiência.

Sempre, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no meio das dificuldades que enfrentei nesta Casa, quando aqui era Vereador João Satte, encontrava nele o grande amigo e o grande conselheiro.

Portanto, este é o encaminhamento do PMDB. Esta é a homenagem do PMDB ao grande cidadão, ao grande Vereador de Porto Alegre, ao grande Deputado do Rio Grande do Sul, representante de Porto Alegre, Deputado João Satte, que nos deixa uma grande saudade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, com a palavra o Ver. Cleom Guatimozim, que falará em nome do PDT.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. É indeclinável o dever de honrar aqueles que, por seus méritos, fizeram jus á admiração e fizeram algo pela sua comunidade.

João Satte é o homem que se enquadra dentro deste padrão.

Eleito Vereador em 1963, para esta Casa, ficando nas primeiras suplências e assumindo imediatamente, face à designação do jornalista Alberto André para o Tribunal de Contas, ele assumiu, aqui nesta Casa, demonstrando um alto espírito comunitário e um “rush” de trabalho até então desconhecido nesta Casa, dirigir-se ao Executivo pedindo que fechasse 83 buracos da Abaeté, que fechasse mais vinte e tantos buracos da rua tal, e dava a localização os prédios onde estavam localizados esses acidentes.

Um método de trabalho completamente diferente e com alto espírito aberto ao entendimento levou o Ver. João Satte, na oportunidade, à reeleição tranqüila. Em seguida, com uma votação considerável, à Assembléia Legislativa do Estado. Surgiam, naquela oportunidade do autoritarismo, diversas corrente dentro do PMDB é a figura conciliadora, conforme Leonel Brizolla, era João Satte. Então, João Satte foi conduzido à Presidência do Partido em nível regional, e saiu-se muito em, inclusive enfrentando uma eleição onde, como é natural em todos os partidos políticos, a corrente se digladiam por votos nas regiões, surgindo os primeiros atritos entre companheiros por motivos políticos.

Acometidos Srs. Vereadores, por moléstia, ele ficou afastado, mas sempre era homenageado, quando vinha a esta Casa e quando ia à Assembléia Legislativa.

Eu queria dizer aos companheiros que o corpo do ex-Vereador, ex-Deputado Estadual, ex-presidente do Partido, vai ser velado na Assembléia Legislativa do Estado, numa reivindicação da Assembléia, que deseja homenagear o ex-Deputado e ex-dirigente partidário a nível regional.

O PDT acaba de suspender o seu Seminário, seu encontro regional que contaria com a presença, inclusive, da liderança máxima do PDT do País.

E nós entendemos perfeitamente a teoria colocada, nesta Casa, pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que também tem uma certa validade. O Vereador, tocado pelo momento, disse que a melhor forma de homenageá-lo seria nós trabalharmos. Talvez até seja verdade. O Vereador foi sincero, nós recebemos como sincera a manifestação feita, aqui e agradecemos também.

A Bancada do PDT deseja agradecer às Lideranças que se manifestaram, nesta Casa, fazendo as referencias ao nosso ex-Vereador, ao homem público, ao líder comunitário, ao ex-presidente do PDT, que sempre teve os melhores entendimentos com as lideranças regionais dos demais partidos. Ele era um homem equilibrado, que mesmo quando agredido não partia para agressividade, mesmo quando agredido procurava uma forma conciliadora.

Então, perde as hostes políticas do Estado um batalhador, uma grande liderança. Perde a Zona Norte o seu Líder Máximo, até hoje, e o Município e o Estado, um Legislador cuidadoso que procurava sempre corrigir os fenômenos sociais através da sua legislação. E o PDT, em nível municipal, agradece a todas as lideranças as manifestações feitas neste dia de lágrimas e de dor para o PDT no Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a notícia da morte de um ex-Vereador, de um ex-Deputado sempre é motivo de tristeza para a coletividade que, por várias vezes, o teve como representante nesta Casa e na Assembléia Legislativa. A morte do ex-Vereador João Satte, embora não seja um acontecimento de surpresa, nos deixa entristecidos. Três Vereadores atuais desta Casa, Ver. Mano José, Ver. Cleom Guatimozim e este Vereador foram companheiros de João Satte nesta Casa em 1964. Com ele convivemos. Tivemos um fraternal convívio na Câmara de Vereadores naquela época. Eu acho que a mais singela homenagem que se pode prestar a esta figura é suspender os trabalhos da Casa, principalmente porque se trata de um representante popular. Queiramos nós ou não ele representou para um segmento da sociedade uma peça importante neste processo. E, principalmente, num determinado instante conturbado da vida nacional, ele assumiu a responsabilidade de dirigir um partido oposicionista, um partido que estava integrado no processo de redemocratização da nossa sociedade. Por todas essas coisas, por todos esses acontecimentos, pelos postos que ocupou, acho que devemos suspender os trabalhos da Câmara nesta manhã. Uma manhã que nos deixa a todos entristecidos, porque é um ex-companheiro nosso que nos deixa, assim como já homenageamos tantos outros ex-Vereadores por ocasião de seus passamentos. Acho que não cabe nenhum deslize, embora se saiba que esta Casa esteja assoberbada com uma larga Ordem do Dia, uma pauta enorme para cumprir. Acredito que o Ver. Antonio Hohlfeldt não teve a intenção de hostilizar a memória de João Satte no seu afã de que esta Casa vença as matérias pendentes e é até natural que se entenda a intenção do Vereador. Mas acho que existem fatos que se sobrepõem a esta necessidade. Por isso, sou pela suspensão dos trabalhos da Câmara nesta manhã. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, ouvi todos os encaminhamentos e em nome do PSB, sugiro o que me parece o mais razoável e conseqüente: que V. Exa., já tomando os votos de um consenso que me parece absoluto, encerre a sessão para que se possa homenagear a memória do ex-colega nosso.

 

O SR. PRESIDENTE: Coloco em votação o requerimento do Ver. Jorge Goularte, pela suspensão dos trabalhos.

Em votação (Pausa.) Os Vereadores que aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

A Mesa quer fazer as seguintes comunicações: procurará entrar em contato com o Ver. Paulo Satte. A Mesa ofereceu a Câmara de Vereadores, da qual o falecido foi Vereador por longos anos, para que mesmo fosse aqui nesta Casa velado. A Casa também está providenciando a declaração de luto, face o acontecido. Outrossim, à Mesa cumpre, uma vez mais, alertar aos Srs. Vereadores que, segunda-feira, às 10 horas, teremos uma Sessão Extraordinária, para correr as pautas. Convocação Extraordinária segunda, terça e quarta-feira. Sessão Extraordinária para discussão da pauta Orçamentária, de vez que dia 20 precisa estar à matéria pronta para entrar em Plenário. A Mesa coloca-se à disposição de V. Exas.

 

O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Eu tenho impressão que a pauta Orçamentária é uma questão de tamanha relevância, embora eu sinta açodamento de tempo, eu perguntaria a V. Exa. se é imprescindível que ocorra segunda-feira, de manhã. Segunda-feira de manhã nós temos alguns compromissos atrasados e para a transferência deste assunto tão relevante, “data vênia”, eu não acharia oportuno que, segunda-feira, corresse Pauta, pela manhã, da questão orçamentária. É apenas uma ponderação para não dizerem que se aprovou, que se discutiu a toque de caixa o orçamento sem nenhuma discussão, sem nenhuma indagação maior.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Eu fiz o requerimento de suspensão dos trabalhos, mas queria ampliar este Requerimento para a suspensão dos trabalhos da Casa, como um todo, em homenagem ao ex-Vereador João Satte.

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, a matéria já foi votada, a Mesa passava só o período de comunicações, mas chamará as Diretorias e montará um esquema neste sentido que V. Exa. está solicitando.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Aceito a colocação.

 

O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Não é possível, pelo Regimento Interno, em vez de fazer a Sessão Extraordinária segunda-feira, pela manhã, convocar duas sessões à tarde?

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sobre o mesmo tema, eu entendo o seguinte: se há uma preocupação de discussão do orçamento, que deveria haver uma discussão mais ampla, a realização, à tarde, de duas sessões, representaria, na realidade, um certo prejuízo a esta discussão. Então, eu manteria de manhã, ou se faria segunda-feira à noite.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu convido as lideranças para acertarmos, tendo em vista que foi votado na Casa que encerraríamos a Sessão, e seria desagradável não fazê-lo.

 

O SR. CAIO LUSTOSA (Questão de Ordem): A questão orçamentária é importante colocar aqui, porque já foi levantada a hipótese de trazermos, na semana que vem, ou nos dias subseqüentes, a Secretária da Fazenda e o Secretário do Planejamento, ou talvez todos os Secretários, inclusive face a uma revelação do Ver. Antonio Hohlfeldt de que graves distorções estão ocorrendo na proposta orçamentária.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem necessidade de encerrar a Sessão, sob pena de descumprir uma decisão.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Os eventos marcados para hoje à tarde como ficam? Estão cancelados?

 

O SR. PRESIDENTE: Ficam normais.

A Mesa convida os Srs. Vereadores, tão logo seja encerrada a Sessão, para combinarem as Sessões Extraordinárias.

Nada mais havendo a tratar convoca os Srs. Vereadores para a Sessão Extraordinária da próxima segunda-feira, às 10 horas.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 10h43min.)

   

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